Um novo projeto musical está a conquistar os palcos internacionais, unindo seis artistas de diferentes latitudes numa improvisação multicultural que transcende o jazz tradicional. Encabeçado pelo MC brasileiro Rodrigo Brandão, o GRIOT 3000 celebra a herança africana do jazz e homenageia a figura do griot, os guardiões da sabedoria, da História e da cultura da África Ocidental.
Depois de uma passagem marcante por Lisboa, no passado sábado (15 de fevereiro), o sexteto encerra a sua primeira digressão com um concerto no gnration, em Braga, no dia 22 de fevereiro. A formação inédita reúne talentos de diferentes partes do mundo, criando uma experiência sonora única e enriquecedora.
A Formação do GRIOT 3000
O grupo é liderado pelo artista de spoken word brasileiro Rodrigo Brandão, que dá voz e poesia ao projeto. A ele juntam-se:
- Braima Galissá (Guiné-Bissau) – Mestre da kora, instrumento tradicional de 22 cordas da África Ocidental.
- Dudù Kouaté (Senegal) – Percussionista e mestre dos ritualismos africanos, membro do histórico Art Ensemble of Chicago.
- Luís Vicente (Portugal) – Trompetista aclamado da música improvisada europeia e norte-americana.
- Carla Santana (Portugal) – Artista de eletrónica, conhecida como Quatroconnection.
- Thiago Leiros-Costa (Brasil) – Guitarrista e líder do trio de jazz brasileiro Onça Combo.
Inspiração e Improvisação
Inspirados pelo Organic Music Society (1972), de Don Cherry, os membros do GRIOT 3000 praticamente não se conheciam antes desta união. Através da música, vão-se conhecendo e criando uma linguagem comum, numa estreia que promete deixar marca nos palcos por onde passam.
O percussionista Dudù Kouaté, nascido no seio de uma família de griots, traz consigo a tradição e a sabedoria dos ritmos africanos. Já colaborou com nomes como Hamid Drake, James Brandon Lewis e Moor Mother, e já tocou em festivais de renome internacional, como o Primavera Sound Barcelona e o Jazzfest Berlim.
Do lado da kora, Braima Galissá é um dos grandes representantes da cultura Mandinga. Com mais de 60 anos de experiência, Braima é considerado um dos melhores músicos da sua geração, tendo trabalhado com artistas como Sara Tavares e João Afonso.
O Eixo Português e a Influência Brasileira
O trompetista Luís Vicente e a artista de eletrónica Carla Santana representam o eixo português do grupo. Luís Vicente é um dos nomes mais respeitados da música improvisada, enquanto Carla Santana, do coletivo Lantana, traz uma abordagem experimental e inovadora ao projeto.
Do Brasil, além de Rodrigo Brandão, destaca-se o guitarrista Thiago Leiros-Costa, que mistura folk latino-americano, guitarra primitiva e improvisação livre, criando uma ponte entre as tradições musicais da África Ocidental e as sonoridades contemporâneas.
A Digressão
A digressão de três concertos do GRIOT 3000 começou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e segue para o Salão Brazil, em Coimbra (21 de fevereiro), antes de encerrar no gnration, em Braga (22 de fevereiro).
Os bilhetes para o espetáculo no gnration estão à venda em gnration.bol.pt, no balcão do gnration e nos locais habituais. Mais informações podem ser encontradas em www.gnration.pt.
Um Projeto que Une Tradição e Modernidade
O GRIOT 3000 é mais do que um projeto musical; é uma celebração da herança africana, uma homenagem aos griots e uma fusão de tradição e modernidade. Com uma formação única e uma abordagem inovadora, este sexteto promete levar o público numa viagem sonora que atravessa continentes e eras, unindo passado, presente e futuro.
Não perca a oportunidade de experienciar este encontro multicultural no gnration, em Braga, no próximo dia 22 de fevereiro.

