| A videoarte ao ar livre regressa aos jardins de Lisboa, de 26 a 31 de agosto, com a 17ª edição do FUSO – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa, que este ano se realiza no Museu Nacional de Arte Contemporânea, Palácio Sinel de Cordes, Palácio Galveias, Praça do Carvão do MAAT Central, Duplacena 77 e Museu da Marioneta.
As sessões programadas por artistas e curadores de renome internacional apresentam dezenas de obras de videoarte, que o público pode assistir de forma gratuita.
Verões quentes: o tema do Fuso 2025
Sob o tema “Verões Quentes”, a edição deste ano do Festival aborda não só acontecimentos revolucionários e períodos políticos conturbados, como a Revolução dos Cravos e o verão quente português de 1975, mas também o aquecimento global, que conduz cada vez mais a fenómenos climáticos extremos, colocando um desafio aos artistas.
Para dar início ao festival, Isabel Nogueira, historiadora e crítica de arte, convida o público
para uma conversa em torno do tema da 17.ª edição do FUSO, que acontece no dia 26 de agosto, no espaço Duplacena 77, no Regueirão dos Anjos. Neste mesmo espaço, inaugura simultaneamente a Mostra Fuso Insular, com obras produzidas durante o programa de residência Laboratório Imagem em Movimento, nos Açores.
As sessões com obras de videoarte de importantes coleções internacionais
A programação desta edição do FUSO atravessa diversas geografias na procura de obras que expandem a imagem em movimento como pensamento poético e político, apresentando obras raras de se ver nas telas portuguesas, oriundas de importantes coleções internacionais, como: Centre National des Arts Plastiques de Paris; Electronic Arts Intermix dos Estados Unidos da América; Instituto Kinopravda, da Sérvia; e Bienal Walk & Talk, dos Açores.
Manuela Marques foi desafiada a mergulhar na coleção do Centre National des Arts Plastiques (CNAP-França) para programar “Sob a areia”, uma sessão que vai ser apresentada no dia 28 de agosto no MNAC. Deste importante arquivo, a artista franco-portuguesa a viver em Paris selecionou seis vídeos que deslizam entre diversos modos operatórios: ficção, performance e documentário, que exploram diferentes enfoques plásticos à volta de um denominador comum: a areia, como espaço físico e mental. A areia que vai do deserto do Atacama até às margens do oceano, passando por Saqqarah, no Egito.
O Instituto Kinopravda, sediado em Belgrado na Sérvia, dedica-se a explorar os horizontes da Arte Cinemática no século XXI. Greg de Cuir Jr, cofundador e diretor artístico desta instituição, apresenta uma seleção de obras de cineastas e videoartistas do sudeste europeu que destaca a variedade de estéticas e práticas artísticas, e a abrangência de diversos contextos sociopolíticos, fio condutor da obra destes artistas. A seleção, intitulada “Southeast European State of Mind”, dá especial atenção ao corpo e ao movimento em espaços naturais, urbanos e pós-industriais e pode ser vista no dia 29 de agosto, no jardim do Palácio Sinel de Cordes.
Partindo do tema da 1ª Bienal Walk&Talk dos Açores – Gestos de Abundância, a equipa curatorial (Claire Shea, Fátima Bintou Rassoul Sy, Jesse James e Liliana Coutinho) propõe obras de quatro cantos do mundo, que traçam percursos entre a memória e o mito, a denúncia e o sonho, a terra e o corpo. Esta sessão pode ser vista no dia 30 de agosto, no jardim da Biblioteca do Palácio Galveias.
Já o Museu da Marioneta recebe a 31 de agosto a programação do último dia do festival desta 17.ª edição. Lori Zippay, curadora residente no FUSO, é responsável pela sessão histórica do festival. Directora emérita da Electronic Arts Intermix, um dos mais importantes repositórios de media art dos Estados Unidos da América, Zippay propõe quatro obras icónicas da artista norte-americana Lynn Hershman Leeson, cujo trabalho, desde a década de 1960, tem consistentemente abordado e antecipado o impacto abrangente das tecnologias sobre o indivíduo e como elas moldam a cultura.
Oportunidade para a nova criação – sessão Ar.Co
O FUSO, em parceria com o Centro de Arte e Comunicação – Ar.Co, abre espaço para a promoção da nova criação nacional. A sessão organizada pelo Departamento de Cinema/Imagem em Movimento e intitulada Traços de Tempo, apresenta quatro trabalhos de alunos realizados ao longo do último ano letivo (2024/2025). Esta sessão será apresentada na última noite do festival, no Museu da Marioneta.
Open Call – concurso de videoarte
Além das sessões curatoriais, na noite de 27 de agosto será apresentada na Praça do Carvão / MAAT Central a sessão OPEN CALL, composta por obras a concorrer ao Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT e ao Prémio Incentivo DUPLACENA (escolha do público). Os vencedores serão revelados na última noite do Festival.
O FUSO, uma iniciativa da Duplacena, mantém-se firme no seu compromisso em apresentar obras no campo da imagem em movimento que encorajam os espectadores a envolverem-se criticamente com o mundo que os cerca, reforçando a importância do vídeo como uma ferramenta para a reflexão e consciencialização. |
