A partir de 12 flores oferecidas pelos filhos ao longo de 11 anos, Roberta Goldfarb constrói Bem Me Quer – uma instalação fotográfica em grande formato que transforma gestos quotidianos em arquivo afetivo, sensível e duradouro.

Cada flor foi cuidadosamente seca, acondicionada e catalogada, formando uma coleção de 360 exemplares provenientes de diferentes regiões de Portugal e do Brasil. Inspirada em herbários científicos, a obra dialoga com as coleções botânicas do MUHNAC – Museu Nacional de História Natural e da Ciência e convida o público a acompanhar o processo: das pétalas originais expostas ao lado das fotografias, passando pela documentação detalhada, até aos objetos que marcam a construção lenta deste projeto íntimo.
“O ponto de partida foram as flores que recebi dos meus filhos — pequenos gestos que se transformaram em memórias tangíveis. Cada flor carrega um momento, uma história, uma emoção preservada”, explica Goldfarb, artista brasileira que vive e trabalha entre São Paulo e Lisboa.
Durante a exposição, ações paralelas aproximam o visitante do Jardim Botânico do MUHNAC, incentivando a observação de novas espécies, a pesquisa in loco e a prática de catalogação – uma ponte entre ciência, arte e memória pessoal.
Formada em Publicidade pela FAAP, com especializações em fotografia em São Paulo, Barcelona e Nova Iorque, Goldfarb centra a sua pesquisa numa taxonomia dos afetos, reunindo objetos, conceitos e linguagens em fotografia, vídeo, instalação e escultura. Já expôs em São Paulo, Lisboa, Viena e Paris.
“Bem me Quer” de Roberta Goldfarb
– Inauguração: 10 dezembro, às 18h
– Exposição patente até 18 janeiro 2025
– Museu Nacional de História Natural e da Ciência
R. da Escola Politécnica 56, 1250-102 Lisboa

