
O nome de Ivald Granato jé percorria meus ouvidos nos tempos de faculdade. Como estudante do Ida (Instituto de Artes – UnB – Universidade de Brasília) eu me atentava aos artistas contemporâneos brasileiros, como referência era mais fácil me ver como um Hélio Oiticica, Ciron Franco, Tuga, Lygia Clark ou um Granato. E como Tuga, que se foi para o panteão dos eternos a poucas semanas, ontem (03/07/2016) o Brasil e o mundo perderam arte de Ivald Granato. De estudante fã, tive o privilégio de dividir as paredes de uma exposição com peças do artista em 2015, na capital espanhola, Madrid. A importância de Granato para a arte como figura contestadora, irônica e pioneira na arte performática, se dá por seu viés inovador e multimídia.

Na década de 60, quando aparece no cenário artístico brasileiro, Granato apresenta um dinâmica peculiar em seus desenhos e pinturas, uma movimentação que posteriormente se perceberia, com mais intensidade, nos vídeos e performances que começa a produzir durante os 70. Em 1978, Granato promoveu o evento “Mitos Vadios”, uma mostra de arte que aconteceu em um estacionamento da Rua Augusta, na cidade de São Paulo. O encontro promovido por Granato reuniu artistas já reconhecidos e anônimos, tendo como tema a “liberdade de criação”. Nomes como Hélio Oiticica, Antônio Dias, Anna Maria Maiolino, Mauricio Fridman, Regina Vater, Claudio Tozzi entre outros, juntaram-se a Granato neste evento que ficou para a história da cidade de São Paulo e da arte brasileira.

A Caixa Cultural, em Brasília, inaugurou no último dia 29 de junho a exposição “Ivald Granato – Registro – Arte Performance”, uma retrospectiva da obra do artista. “A exposição revela a criatividade multimídia do artista por meio de fotografias, vídeos, peças de vestuários, registros, estudos e cartazes da época. Relembrando um período histórico marcado pela contestação, o acervo documental de Granato na década de 1970 e 1980 expressa a originalidade e a vitalidade da obra desse provocador artista.” (texto, Caixa Cultural). Aberta das
Ivald Granato morreu aos 66, na cidade que o viu crescer como artista, São Paulo, e vai juntar-se a tantos outros célebres artistas que já partiram deste plano. Granato vai deixando um legado importante para a arte brasileira, sua obra deve ser evidenciada, valorizada, estudada e preservada! Hoje o céu está mais colorido e performático.

Ivald Granato – Registro – Arte Performance
Local: Caixa Cultural – Brasília (Setor Bancário Sul – Brasília – DF)
Data: 29/06/2016 a 04/09/2016
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h
Local: Galeria Principal
Ingresso: Entrada franca
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