
Considerado por muitos o movimento que consolidou a arte brasileira internacionalmente, a “Semana de 22” foi sem dúvida um divisor de águas. Figuras como Emiliano di Cavalcanti, Cândido Portinari e, acima de tudo, Tarsila do Amaral estabeleceram a arte moderna no Brasil no início da década de 1920, mostrando ao mundo uma arte provocante com o elemento antropofágico “alimentando” a criação artística na altura. Passado anos, mas especificamente em 2001, o museu Guggenheim de Nova Iorque trouxe a mostra “Brazil Body & Soul” que seduziu o público americano, sendo a última grande mostra de artistas modernistas brasileiros na “big apple”. No último dia 11 de fevereiro, Tarsila do Amaral (1886-1973) retornou a Manhattan, mas desta vez no MOMA com a exposição “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil”. Uma mostra digna e merecida para a artista “mais popular do século passado em seu país natal” segundo o New York times. Tarcila, com seus personagens de corpos sobredimensionados e paisagens brasileiras estilizadas, mais uma vez cativou o público e especialistas com as obras apresentadas no museu de arte moderna.

Com a frase: “I want to be the painter of my country”, que seria algo como: “Eu quero ser o pintor do meu país”, ou eu quero ser a artista que pinta o Brasil, a mostra do MOMA apresenta toda a paixão da artista pelo interior rural, pelas representações folclóricas e idealizadas das paisagens e do povo. As três obras mais significativas da artista fazem parte da exposição: “A Negra” e “Antropofagia”, cedida por museus paulistas, e “Abaporu”, que veio da argentina. O acervo ainda reúne outras pinturas e trabalhos de Tarsila produzidos na década de 1920, quando ela transitou entre São Paulo e Paris, por conta de seus estudos na Académie Julian, a famosa escola de arte que atraiu muitos estudantes internacionais a época.

Uma oportunidade para o público americano e turistas que visitarem Nova York até o dia 03 de junho, quando se encerra a exposição. Tarsila é um exemplo de artista, uma mulher a frente de seu tempo, uma visionária de grande coragem e talento, orgulho para a história da arte brasileira…o seu desejo de ser a “Pintora do Brasil” sem dúvida se concretizou.

