Um livro para a História – narrativa biográfica de Cérès Franco

A marchand brasileira Cérès Franco, será motivo de livro. Radicada na França desde os anos 1960 e após desenvolver no Brasil – com Jean Boghicci – uma famosa exposição na qual reuniu jovens artistas contemporâneos franceses e brasileiros no MAM-Rio. Fixando-se em Paris, lá criou a Galerie L’Oeil de Boeuf que serviu de esteio a diversos artistas brasileiros e latinos que fugiam  das ditaduras em seus países durante os anos 1970. Agora, ganhará um livro contando a história de sua coleção.

A editora Lelivredart publicará um volume dedicado a Cérès Franco, suas escolhas artísticas, suas reuniões e seus compromissos que constituem a essência de sua coleção: “Cérès Franco, História de uma coleção”. O autor, Raphaël Koenig, é doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Harvard. Sua tese foi dedicada à recepção da arte dos loucos e da arte brut pelos avant-gardes, de Prinzhorn a Dubuffet. Seu projeto editorial parte de uma simples observação: há uma relação quase simbiótica entre a trajetória biográfica de Cérès Franco e a constituição de sua coleção.

Os grandes colecionadores gradualmente segregam em torno deles uma espécie de concha ou casulo, um habitat que se assemelha a eles e que testemunha seu caráter, suas prioridades pessoais, políticas e estéticas, e os acidentes significativos de suas trajetórias biográficas.

Este livro não será um catálogo raisonné de sua coleção, mas sim, através da narrativa biográfica, propor uma série de janelas abertas sobre as principais obras da coleção, apreendidas na especificidade de seus respectivos contextos históricos. Este livro também destacará a importância de Paris como centro do mundo da arte após 1945, destacando a notável expansão internacional da coleção Cérès Franco.

Jean-Hubert Martin, Diretor Honorário do Museu Nacional de Arte Moderna Centro Pompidou de Paris, ex-presidente do Museu Nacional de Arte Africana e Oceânica em Paris, também curador de grandes exposições, incluindo “Les Magicians de la terre” em 1989 e a exposição “Carambolages” mais recentemente no Grand Palais, escreverá o prefácio do livro.