A série dirigida por Joana Jabace obedece uma narrativa cinematográfica que a difere da maioria dos programas que se vêem na TV.
Planos longos e travellings harmoniosos que se complementam com outros, dão uma linearidade ao movimento, emoldurados por uma trilha musical discreta e eficiente – apenas pontuando o universo dramático do subúrbio abandonado e desassistido.Destaque pra Montagem , pêndulo que pontua o ritmo.
O elenco excepcional é a garantia da credibilidade das cenas, que nunca resvalam pra pieguice ou pra caricatura – tão comum à maioria dessas produções que enfocam esse universo, numa unidade rara, marca de competente e elaborada Direção de atores.
Cada capítulo apresenta um problema extraído da nossa realidade social , pegada que homenageia explicitamente o neorrealismo italiano, com uma Fotografia que constrói uma atmosfera poética incomum às produções televisivas.
A entrada do ator Caio Blat certamente enriquece e costura mais ainda o alto nível dramatúrgico da série.
A TV também pode fazer Arte.