Museu da Língua Portuguesa de São Paulo reabre ao público sábado

Com o apoio da Fundação Gulbenkian, o espaço reabre ao público com novos conteúdos, instalações e experiências audiovisuais inéditas. Inauguração é transmitida ao vivo nas redes sociais do Museu.

Reconstruído após o incêndio de dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa de São Paulo tem inauguração marcada para o dia 31 de julho. As obras de reconstrução e renovação do museu, instalado na histórica Estação da Luz, contaram com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, que foi também uma das entidades patrocinadoras desde a sua abertura.

Instalado na cidade com mais falantes de língua portuguesa do mundo – São Paulo -, o Museu celebra a língua como elemento fundador da nossa cultura.  Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante mergulha na história e na diversidade do idioma falado por 261 milhões de pessoas.

 

Conteúdo revisto e ampliado

A exposição de longa duração tem agora experiências inéditas que passam por novas instalações, entre elas, «Línguas do Mundo», que destaca 23 das mais de 7 mil línguas faladas hoje no mundo; «Falares», que traz os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil; e «Nós da Língua Portuguesa», que apresenta a língua portuguesa no mundo, com os laços, embaraços e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Mantêm-se algumas experiências como a instalação «Palavras Cruzadas», que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a «Praça da Língua», espécie de planetário do idioma que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, num espetáculo imersivo de som e luz.

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto, o conteúdo foi desenvolvido com a colaboração de escritores, linguistas, investigadores, artistas, cineastas de países de língua portuguesa, entre os quais José Miguel Wisnik, José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, Roberta Estrela d’Alva ou Carlos Nader.

A exposição temporária de reabertura do Museu, «Língua Solta», apresenta o português nos seus desdobramentos na arte e no quotidiano. Com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos, a mostra conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do quotidiano, às formas de protesto e de religião, em objetos ancorados no uso da língua.

 

Novo terraço e reforço de segurança

Um dos principais prédios históricos de São Paulo, a Estação da Luz tem uma importância simbólica única: foi uma das portas de entrada para milhares de imigrantes que chegavam ao Brasil. Depois de desembarcarem em Santos, tinham ali o primeiro contacto com a língua portuguesa.

A completa recuperação arquitetónica e readequação de espaços internos manteve os conceitos estruturantes da intervenção original, assinada pelos arquitetos Paulo e Pedro Mendes da Rocha, em 2006,  e ganhou novos aperfeiçoamentos. Os espaços foram otimizados, novos materiais introduzidos e assegurados mais espaços para as instalações. No terceiro piso, foi criado um terraço com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, que homenageia o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, falecido este ano.

 

Cerca de 4 milhões de visitantes em 10 anos

Em quase dez anos de funcionamento, de 2006 a 2015, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes e promoveu mais de 30 exposições temporárias. Entre os escritores homenageados encontram-se Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Machado de Assis e Fernando Pessoa, além do cantor e compositor Cazuza. Durante a reconstrução, o Museu continuou em contacto com o público por meio de atividades culturais e educativas.

A cerimónia oficial de inauguração, no dia 31 de julho, será transmitida ao vivo nas redes sociais do Museu.