Fred Martins e Marcos Suzano lançam “Ahmed” e satirizam fake news sobre Chico Buarque

Em “Ahmed,” uma das faixas do novo álbum Barbarizando Geral, Fred Martins e Marcos Suzano exploram com humor um mito moderno: a ideia absurda de que Chico Buarque compraria suas composições de um tal Ahmed, em vez de escrevê-las. Esse “samba-de-breque” que chega hoje ao YouTube, é uma sátira fina sobre como boatos fantasiosos podem se tornar “verdades” nas redes sociais. Com letra de Roberto Bozzetti e o toque icônico do MPB-4, “Ahmed” transforma esse cenário em uma narrativa divertida e provocadora.

Gravado entre Lisboa e Rio de Janeiro, Barbarizando Geral, lançado pela Biscoito Fino, reflete um profundo diálogo entre os dois músicos. O álbum percorre os ritmos do samba e de outras tradições afro-brasileiras, carregando um tom crítico sobre as complexidades do Brasil contemporâneo e questões globais. Martins descreve o projeto como uma “crônica social em forma de samba”, abordando temas como a crise ambiental, o autoritarismo e a desigualdade social. Em faixas como “Senzala”, “Madame Maldade” e a faixa-título “Barbarizando Geral,” a música é tanto uma denúncia quanto uma celebração de resiliência. Chico Buarque

Com letras ácidas e um instrumental minimalista, o álbum explora a densidade emocional das melodias e das percussões. A percussão inventiva de Suzano leva o violão de Martins a territórios inesperados, resultando em um diálogo musical de grande expressividade. Faixas como “Além do Qualquer,” uma parceria com o poeta Manoel Gomes, são enriquecidas pelo som grave do bandoneón de Martín Sued, e refletem uma visão de mundo em que a arte é resistência frente à intolerância e à superficialidade.

Para além das denúncias sociais, o álbum também encontra espaço para canções de amor e reflexões existenciais, como “Este Amor Tem Nome” e “Abalou”. Com arranjos que destacam a essência de cada composição, o disco de Fred Martins e Marcos Suzano não é apenas um álbum, mas uma experiência que convida o ouvinte a uma reflexão sobre o tempo presente — sempre embalado por ritmos e versos que vibram com vida e indignação.

Em uma época em que a verdade muitas vezes é obscurecida pela desinformação, Barbarizando Geral emerge como uma celebração da criatividade e uma lembrança de que, na música e na arte, a autenticidade sempre triunfa sobre o ruído.

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