O Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, abre as portas para a exposição «boa viagem, muitas maravilhas», a primeira mostra do BAC – Banco de Arte Contemporânea Maria da Graça Carmona e Costa, dedicada a revelar espólios documentais que reescrevem a história da arte portuguesa. A inauguração acontece no dia 20 de março de 2025, às 18h00, e a exposição estará patente até 22 de junho.
Um Arquivo que se Torna Arte
Com curadoria de Lígia Afonso, Marta Guerreiro e Rita Salgueiro, a exposição desvenda documentos inéditos de artistas, galerias e críticos, entre cartas, cadernos de montagem, fotografias, maquetas e filmes, entrelaçados com obras de arte de coleções públicas e privadas. O objetivo é destacar a importância da preservação de arquivos como matéria-prima para a reconstrução da memória artística.
Entre os destaques estão espólios de nomes como Alexandre Melo, Ana Vieira, António Palolo, Eduardo Nery e a icónica Galeria Quadrum, além de obras de Júlio Pomar, Vieira da Silva, Mário Cesariny e Louise Lawler. A mostra inclui ainda trabalhos comissionados aos artistas Fernanda Fragateiro e Pedro Lagoa, criados especificamente para dialogar com os arquivos expostos.
BAC: Um Projeto Colaborativo
Criado em 2019 por deliberação da Câmara Municipal de Lisboa, o BAC resulta da parceria entre a Fundação Carmona e Costa, o Instituto de História da Arte da NOVA FCSH e a autarquia lisboeta. Sob coordenação do Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC, sua missão é salvaguardar e estudar espólios que iluminam trajetórias artísticas muitas vezes esquecidas.
“Esta exposição não é apenas uma viagem pelo passado, mas um mapa para o futuro. Mostra como os arquivos são organismos vivos, capazes de inspirar novas criações”, explica Lígia Afonso, uma das curadoras.
Programa Paralelo: Como se Constrói um Arquivo?
A exposição é acompanhada pelo ciclo de conversas «CONSTRUIR ARQUIVOS», concebido por Isabel Corte-Real, que debate desafios práticos e éticos da preservação documental:
- 27 de março: “Conservação e organização de espólios” com especialistas como Luís Filipe Raposo Pereira e Sofia Gomes.
- 10 de abril: “Questões jurídicas, difusão e memória” com José Pacheco Pereira (Arquivo Ephemera) e Mafalda Sebastião (CML).
As sessões ocorrem no Atelier-Museu, das 14h30 às 17h30, com entrada livre (sujeita à lotação).
Informações Práticas
- Local: Atelier-Museu Júlio Pomar (Rua do Vale, Lisboa).
- Datas: 20 de março a 22 de junho de 2025.
- Horário: Terça a domingo, 10h00–18h00.
- Inauguração: 20 de março, 18h00 (entrada livre).
«Boa viagem, muitas maravilhas» não é apenas uma exposição — é um manifesto sobre a importância de guardar os rastros da criação artística. Uma oportunidade para descobrir como papéis esquecidos em gavetas podem se transformar em pontes entre gerações.
“Sem arquivos, a história da arte é um quebra-cabeças incompleto”, reforça Marta Guerreiro, curadora. “Aqui, cada documento é uma semente de futuras investigações.”
Mais informações:
Site do Atelier-Museu Júlio Pomar | Contato: +351 213 040 170

