Considera-se, usualmente, que a FOTOGRAFIA apareceu em 1839, com a invenção do Daguerreótipo ( a primeira máquina fotográfica ) por Louis Daguerre (um físico, pintor e cenógrafo) e, constitui-se de imediato numa ARTE.

A FOTOGRAFIA é uma das ARTES mais utilizadas na sociedade. Todas as ARTES, de uma maneira geral, têm-se desenvolvido, ao longo dos tempos, tornando-se mais importantes como meio de difusão de ideias e, também, como apoio a todas as Áreas do Conhecimento. A ARTE DA FOTOGRAFIA pode ser utilizada, por exemplo, na Publicidade, na Moda, no Teatro, no Cinema, na Televisão, na Música, etc. Pode, ainda, ser utilizada na Matemática, na Química, na Física, na Biologia, na História, na Geografia e, em muitas Áreas do Saber, não só para nos ajudar a compreender um pouco melhor estes assuntos mas, também, para os tornar mais apelativos e, consequentemente, mais interessantes para quem os estuda e, para quem gosta deles. Em última instância pode mesmo aumentar-nos o gosto por eles. O facto de estar presente em Áreas, inexistentes no passado (na formulação actual) faz com que a ARTE DA FOTOGRAFIA seja uma ARTE DE VANGUARDA.

Embora a ARTE DA FOTOGRAFIA tivesse aparecido no século XIX, só no século XX é que o seu estatuto foi devidamente reconhecido, tendo a ARTE DO CINEMA contribuido para tal.
A ARTE DA FOTOGRAFIA começou, inicialmente, por ser, apenas, um registo do real com a ajuda de uma máquina fotográfica e, mais tarde, passou a ser como um Quadro de PINTURA mais sofisticado. O ARTISTA da ARTE DA FOTOGRAFIA é obrigado a colocar uma grande exigência na criação das suas OBRAS, caso contrário, afasta-se das OBRAS-PRIMAS a que todos os ARTISTAS aspiram.
Pessoalmente, enquanto ARTISTA (FOTÓGRAFA) considero-me bastante exigente e, uma OBRA minha tem de reunir, na totalidade, todos os requisitos. Todas as minhas OBRAS de FOTOGRAFIA contêm muita MATEMÁTICA (principalmente das Áreas de Topologia, Geometria e Análise Infinitesimal) na sua elaboração. Reconheço e compreendo as dificuldades dos ARTISTAS da ARTE DA FOTOGRAFIA que, depois de um trabalho imenso que começa dentro da sua cabeça e prossegue com a técnica e a criação artística, não são devidamente valorizados. A grande dificuldade na ARTE DA FOTOGRAFIA reside em sair do real mantendo-nos, ao mesmo tempo no real, isto é, captar o real com a imaginação do ARTISTA e a sua concepção da realidade (isso torna-se muito evidente em OBRAS de FOTOGRAFIA de Fotojornalismo ou de Retratos mas, é uma dificuldade que existe em qualquer OBRA de FOTOGRAFIA).

A Experiência Fotográfica do Fotógrafo é muito importante nesta ARTE. Se, por um lado, isso não impede o ARTISTA de obter Obras de Fotografia de grande nível logo no princípio, por outro lado, existem Obras que só se conseguem com a Experiência. Daí ser de especial interesse acompanhar e conhecer todo o trabalho de um ARTISTA da ARTE DA FOTOGRAFIA pois, ele pode variar ou não mas, com o correr do tempo, é sempre mais seguro.
Fotógrafos como DOISNEAU (França, 1912-1994), HENRI-CARTIER BRESSON (França, 1908-2004) e ROBERT FRANK (Suiça, 1924) trouxeram à ARTE DA FOTOGRAFIA uma BELEZA, uma SINGULARIDADE ( por exemplo, uma paragem no tempo, uma eternização de um gesto, um movimento parado), poderei mesmo dizer uma ESPETACULARIDADE que nos fascina e nos apaixona por esta ARTE sublime no meio das ARTES (A ARTE DA FOTOGRAFIA – UMA ARTE DE VANGUARDA).
Referências:
Poivert, Michel, BRÈVE HISTOIRE DE LA PHOTOGRAPHIE, Hazan, 2015
Atelier Robert Doisneau, THE BEST OF DOISNEAU, Flammarion, 2014
Catálogo da Exposição JARDINS DO PARAÍSO, Encontros de Fotografia/ Centro Cultural de Belém, 1993, Universidade de Coimbra
Coluna – Kamy Martins
Kamy Martins, portuguesa, Lobito, Benguela, Angola, 1968. Graduada em Matemática com formação em Fotografia e Cinema na Univesidade de Coimbra (PT), Mestre em Lingua Inglesa pela universidade de Cambridge (UK), jornalista e Crítica de Cinema, escreveu para o Jornal “IMPROP” da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, entre outros. Publicou em 2016 o livro de fotografia intitulado “Cascais Pela Lente de Kamy” onde apresenta um pouco do seu trabalho como fotógrafa e artista.