Por que o Dia do Artista Plástico é comemorado hoje no Brasil?

Anualmente, todo o 8 de maio no Brasil, é a celebrado como o Dia do Artista Plástico, entretanto a origem da data é desconhecida por muitos.

Diferente das Artes Visuais – que lança mão do advento das novas tecnologias, a utilizar os meios de expressões tradicionais para criação de cyber-art, cinema, fotografia e design -, de modo geral, as Artes Plásticas, conhecidas também como Belas Artes, incluem técnicas tradicionais de Pintura, Escultura, Gravura, Desenho, Cerâmica, bem como Tecelagem.

Mais importante que a técnica, está a criatividade e o talento, características consideradas por muitos como um “dom de nascimento”. Para um artista plástico, o domínio das técnicas artísticas é primordial para a produção de uma obra de arte.

Origem do Dia do Artista Plástico

Em homenagem ao pintor brasileiro José Ferraz de Almeida Junior, considerado um ícone entre os nomes mais importantes das artes plásticas no século XIX, no Brasil, surgiu o Dia do Artista Plástico.

O artista nasceu dia 8 de maio de 1851, na cidade de Itu, interior de São Paulo. José Almeida foi assassinado em 13 de novembro de 1899. Apenas em 1950, que o dia 8 de maio passou a ser oficialmente declarado o Dia do Artista Plástico Brasileiro.

José Ferraz de Almeida Junior é apontado como precursor da abordagem de temática regionalista. Ele introduziu assuntos que eram inéditos na produção acadêmica brasileira, como destaque à personagens simples e desconhecidos.

O naturalismo faz parte da inspiração que retrata a cultura em que estava totalmente inserido: a caipira.

dia do artista plástico 8 de maio
Foto: José Ferraz de Almeida Júnior, “O Violeiro”, 1899, óleo sobre tela. Cortesia: Pinacoteca do Estado de São Paulo

O artista fez com que um de seus retratos fosse apreciado pelo Imperador Pedro II, durante uma viagem que realizou em 1875 à Província de São Paulo. Assim, recebeu o convite para aperfeiçoar-se na Europa, com todo o custeio de passagem incluso.

Em 1876, o artista seguiu para a França e matriculou-se na Escola Superior de Belas Artes, em Paris, como aluno do renomado Cabanel. Participou de quatro edições do Salon de Paris, entre 1879 e 1882.

Nessa altura datam algumas de suas maiores obras-primas, como “O Derrubador Brasileiro” (Salon de 1880), “A Fuga para o Egito” (Salon de 1881) e “O Descanso do Modelo” (Salon de 1882). Outras obras emblemáticas do período francês do pintor são “Arredores de Paris” e “Arredores do Louvre”.

Em 1882, Almeida Júnior volta ao Brasil e exibe sua produção parisiense, em sua primeira mostra individual na Academia Imperial de Belas Artes.

No ano seguinte, abriu seu ateliê na rua da Glória, em São Paulo, a promover vernissages exclusivas para a imprensa e potenciais compradores. Executou retratos de barões do café, de professores da Faculdade de Direito de São Paulo e de partidários do movimento republicano, além de paisagens e pinturas de gênero.

Almeida Júnior era um homem tímido, contudo paradoxalmente ousado. Afrontava a tudo e a todos, em se tratando de seu amor por Maria Laura, sua grande paixão e o motivo de sua trágica morte.

No dia 13 de Novembro de 1899, o artista caiu apunhalado, diante do Hotel Central de Piracicaba, por José de Almeida Sampaio, seu primo e marido de Maria Laura. José de Almeida Sampaio havia descoberto a ligação amorosa que existia, havia longos anos, entre a mulher e o seu primo pintor.

Maria Laura era a sua grande inspiração e foi retratada em diversas pinturas como “A Noiva” (1886), “A Pintura” (1892), “Leitura” (1892), e talvez também em “O Importuno” (1898), em “Saudades” (1899)…

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Foto: José Ferraz de Almeida Júnior, “O importuno”, 1898, óleo sobre tela. Cortesia: Pinacoteca do Estado de São Paulo
Foto: José Ferraz de Almeida Júnior, “A Noiva”, 1886, óleo sobre tela.
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Foto: José Ferraz de Almeida Júnior, “Leitura”, 1892, óleo sobre tela. Cortesia: Pinacoteca do Estado de São Paulo
Foto: José Ferraz de Almeida Júnior, “Repouso”, óleo sobre tela. Coleção Particular, Rio de Janeiro