Não bastasse a Santa Madre Igreja estar em baixa perdendo para os evangélicos da vida surge nos confins do Brasil um padre em seu púlpito distribuindo ódio e preconceitos contra um casal de jornalistas cariocas.
Esse mísero padreco deveria saber que o amor é lindo e em todas as formas. E mais ainda, deveria ter em mente a própria história de seus “santos padres” na Renascença antes da instituição do celibato, fizeram misérias e tiveram, por exemplo, muitos filhos.
E na contemporaneidade o Vaticano arca com monstruosas indenizações por conta de padres dedicados ruidosamente à pedofilia. Ordinários criminosos sem perdão e mesmo assim ainda tentam varrer a sujeira para baixo do tapete. Confesso que me despedi da religião católica em 1976 quando estive no Vaticano.
Mesmo profundamente tocado com a visão da Capela Sistina que, efetivamente, talvez seja uma das maiores emoções estéticas da minha vida, relembrava, chorando, nos jardins do Vaticano – quebrando a harmonia daquela beleza renascentista em seu silêncio – das torturas impostas a Michelangelo pelo papa Júlio II.
Eu havia concluído antes no interior da Basílica de San Pietro e sob o monumental Baldanquin de Bernini que Deus não estava ali naquele luxuoso e pomposo cenário. Mas essa foi a minha experiência pessoal. Se me perguntarem se tenho fé em alguma coisa direi que sim e encerrarei a questão pois acredito que cada um é livre e sabe dimensionar seu sentimento.
Mas uma atitude infeliz como a desse padre não pode ser justificada tem que ser necessariamente combatida. De sorte que o casal de jornalistas tem recebido solidariedade de todos os cantos.