Espectáculo de Circo Contemporâneo e Novo Circo inspirado no livro “Meninos de Todas as Cores” de Luísa Ducla Soares, uma obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura.
De 4 de Dezembro a 6 de Janeiro de 2022, o Parque da Juventude de Famalicão recebe o espectáculo “Aquarela”, após um ano de interregno devido à pandemia, em que o Circo de Papel volta a marcar a época natalícia inspirada no livro “Meninos de
Todas as Cores” de Luísa Ducla Soares.
Promovido pelo Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC) e baseado na obra de Luís Ducla Soares, um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, “Aquarela” explora as diferenças como aquilo que une as pessoas enquanto seres humanos. A peça segue uma jovem, Francisca, numa viagem em busca de novos mundos de vida durante a qual ouve histórias encantadoras de acrobatas, equilibristas e malabaristas.
Uma mensagem de amor e esperança que pretende trazer uma reflexão sobre o racismo e a segregação. O elenco é composto por cinco artistas criadores, dois deles finalistas dos programas Got Talent Portugal e do The Voice Portugal, Alan Sencades e Michele Mara, respectivamente.
Era uma vez um menino branco chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia:
É bom ser branco
porque é branco o açúcar, tão doce,
porque é branco o leite, tão saboroso,
porque é branca a neve, tão linda.
Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde
todos os meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que,
como todos os meninos amarelos, dizia:
É bom ser amarelo
porque é amarelo o Sol
e amarelo o girassol
mais a areia da praia.
O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa
terra onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo de um pequeno caçador
chamado Lumumba que, como os outros meninos pretos, dizia:
É bom ser preto
como a noite
preto como as azeitonas
preto como as estradas que nos levam para
toda a parte.
O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os
meninos são vermelhos.
Escolheu para brincar aos índios um menino chamado Pena de Águia. E o menino
vermelho dizia:
É bom ser vermelho
da cor das fogueiras
da cor das cerejas
e da cor do sangue bem encarnado.
O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são
castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Babá, que dizia:
É bom ser castanho
como a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como um chocolate.
Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia:
É bom ser branco como o açúcar
amarelo como o Sol
preto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.
Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de
meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores.
Luísa Ducla Soares
Circo de Papel é um projecto do INAC – Instituto Nacional das Artes do Circo
dedicado ao Circo Contemporâneo e ao Novo Circo. Uma tenda destinada em
exclusivo ao desenvolvimento e criação artística com o objectivo de levar a magia do
espectáculo a todos os públicos. Um espaço de emoções, de imaginação e do
extraordinário que surge materializado na forma de uma tenda em homenagem às
origens do circo, um espaço itinerante de partilha e descoberta, onde a exploração
de animais não tem lugar. Surge do objectivo de trazer artistas de qualidade e uma
visão contemporânea do circo, permitindo a crianças e adultos o contacto com uma
área artística um pouco diferente do habitual, fomentar a criatividade, a sensibilidade
e o pensamento.
Para crianças e famílias
Em cartaz de 04 de Dezembro a 06 de Janeiro 2022
Terças/Quartas/Quintas: 10h00 / 15h00
Sextas e Sábados: 10h00 / 15h00 / 21h00
Domingos: 10h00 / 15h00
Sessões Feriados
24 de Dezembro às 10h00 / 15h00
25 de Dezembro às 17h00
e 1 de Janeiro às 17h00
Preços: 4 a 14 anos (5€) / Acima de 14 anos (7.5€), Sénior (5€)
Todas as informações em circodepapel.com/