“Se não és lésbica, como te chamas?” — Alice Azevedo volta a nomear o indizível

De 23 de abril a 4 de maio no CCB, Black Box

Podia ser uma anedota: três lésbicas entram num bar. Mas é, antes, uma investigação afetiva, histórica e política. Em “Se não és lésbica, como te chamas?”, Alice Azevedo convida-nos a revisitar a genealogia de uma palavra — lésbica — para falar de identidades, memória coletiva e a importância (ou resistência) aos rótulos.

Partindo da provocadora pergunta-título — retirada de um artigo da mítica revista Lilás (1993) —, o espetáculo constrói-se como um mosaico de vozes, textos, mitos e vivências. Entre a literatura lésbica, a mitologia grega e episódios de um quotidiano partilhado, três personagens debatem-se com nomes, pertenças e desejos, num bar que é também casa, arquivo e espelho.

Há quem diga que não gosta de guetos, nem de palavras a mais. Há quem precise de nomear para existir. E há quem tente resgatar histórias que nos foram sonegadas, esquecidas ou mal contadas. A peça não oferece respostas fáceis, mas convida à escuta — com humor, lirismo e crítica.

Com encenação e texto de Alice Azevedo, e interpretação de Cristina Carvalhal, Teresa Coutinho, Isaac Veloso e da própria criadora, o espetáculo é uma produção da Causas Comuns em coprodução com o Teatro do Bairro Alto, com apoio do O Espaço do Tempo.


Datas e Horários

23 de abril a 4 de maio

  • Terça a sexta: 20h00

  • Sábado: 19h00

  • Domingo: 17h00
    Black Box – CCB
    Sessão com Língua Gestual Portuguesa: 4 de maio
    Classificação: M/16


“Vamos descobrir como é que as lésbicas se chamavam antes de se chamarem lésbicas.”
— Alice Azevedo, em entrevista ao Observador

Um espetáculo sobre palavras que nos moldam, mas também nos libertam. Sobre a história esquecida das nossas lésbicas. E sobre como o ato de nomear pode ser, afinal, um gesto radical de existência.