HISTÓRIA DA ARTE DO CINEMA

O CINEMA foi descoberto pelos irmãos LUMIÈRE, LOUIS LUMIÈRE (1864 – 1948) e AUGUSTE LUMIÈRE (1862 – 1954), em 1895, em França. Estes dois franceses, industriais do ramo da Fotografia e donos da Fábrica Lumière, na cidade de Lyon (França), inventaram uma máquina de filmar e projectar cinema que se designou por Cinematógrafo. Atraiu as atenções do grande público e adquiriu uma importância na sociedade que ninguém imaginava. Até aí havia histórias contadas verbalmente, por escrito, por desenhos ou pinturas, etc. O Cinema, através de imagens em movimento, facilita a compreensão dos conteúdos e a aquisição mais rápida dos conhecimentos. Começa por ser mudo, isto é, as personagens no ecrán (os actores) não se ouvem, apenas se ouvem, por vezes, sons exteriores à película (são músicas tocadas por pianistas dentro da sala onde se projecta o filme, a acompanhar o mesmo) e aparecem frases escritas na película que dão um maior entendimento ao filme, a preto e branco. Posteriormente, torna-se falado e a cores. Assim nasce, em França, uma Arte, denominada a SÉTIMA ARTE que correrá os quatro cantos do mundo, fará correr muita tinta, gerará muitas emoções e enriquecerá a ARTE em geral, por todas as componentes que a caracterizam.

Auguste e Louis Lumiere – Imagem Google

O primeiro grande ACTOR da História do Cinema foi CHARLIE CHAPLIN (1889 – 1977). Este actor inglês, nascido em Londres, foi o único que conseguiu igualar o Cinema mudo ao Cinema sonoro, diria mais, igualar o Cinema mudo e a preto e branco ao Cinema sonoro a preto e branco e a cores. CHAPLIN foi também realizador, argumentista, produtor, dançarino e músico. Quem não se lembra da personagem do Charlot com um chapéu preto, um bigodinho e uma bengala? Ele conseguiu chegar a todas as pessoas de qualquer extracto social. CHAPLIN recebeu o Óscar Honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture, Arts and Sciences), nos Estados Unidos da América, em 1929, onde apresentou o seu filme “O Circo” (“The Circus”) e, voltou a receber o Óscar Honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood em 1972, pelo seu contributo na ARTE DO CINEMA (Prémio especial pela totalidade da sua obra). Em 1973, CHARLIE CHAPLIN recebeu o Óscar de Melhor Banda Sonora pelo filme “Luzes da Ribalta” (“Limelight”). Em 1972, no Festival de Veneza, em Itália, CHAPLIN recebeu o Leão de Ouro Honorário por todas as suas contribuições à ARTE DO CINEMA. Em 1976, foi-lhe atribuído um dos Prémios BAFTA, em Inglaterra, pela Melhor Realização na ARTE DO CINEMA. Recebeu também uma Condecoração de “Cavaleiro do Império Britânico”, do governo Britânico, a Condecoração de “Légion d´Honneur”, do governo Francês e o Doutoramento Honoris causa pela Universidade de Oxford, em Inglaterra. Por volta de 1928, apareceu o Cinema Sonoro.

Charlie Chaplin – Work (1915) (Imagem Google)
LOUIS DE FUNÈS e JEAN GIRAULT (Imagem Google)

Desde o filme de LOUIS LUMIÈRE “A Saída da Fábrica Lumière à Lyon” (“La Sortie de l´usine Lumière à Lyon”), de 50 segundos, e a sua projecção, no 28 de Dezembro de 1895, que marca o nascimento da ARTE DO CINEMA, em Paris, no Grand Café no Boulevard des Capucines, até 1928, vários foram os movimentos, embora em ponto pequeno, isto é, as diferentes formas de filmar de cada realizador e a forma como cada um deles “agarrou” esta invenção nos seus primeiros passos, que foram surgindo no Cinema mas, de entre eles, o que gerou maior polémica foi o movimento surrealista. O Surrealismo não trouxe, na minha opinião, qualquer mais valia à ARTE DO CINEMA mas, reduziu medos e, por isso, aumentou a liberdade da 7ª ARTE. Em termos artísticos, no Cinema, teve pouco interesse. Mas, parafraseando o dramaturgo Steve Passeur: “Enfin le cinema parle, tantôt bien, tantôt faux – mais il parle, et aucune puissance au monde ne le fera taire.”. O Segundo grande ACTOR da História do Cinema foi o francês LOUIS DE FUNÈS (1914 – 1983), que conferiu ao género cómico um estatuto igual ao do dramático. Recorde-se a personagem do Gendarme de filmes como “Le Gendarme de St. Tropez” (1964) de JEAN GIRAULT, “Le Gendarme se marie” (1968) ou “Le Gendarme en balade” (1970). FUNÈS era um ACTOR muito meticuloso no seu trabalho na ARTE DO CINEMA.

STANLEY KUBRICK (Imagem Google)

Mas, com o aparecimento do movimento artístico denominado “NOUVELLE VAGUE”, em França, já nada será como dantes no CINEMA. Este movimento, o mais importante na História do Cinema, na minha opinião, elevou esta ARTE ao seu patamar mais elevado. Com a NOUVELLE VAGUE a intelectualidade chega ao CINEMA e nunca mais desaparece. A prova disso é que os melhores Realizadores da História do Cinema, a saber-se, STANLEY KUBRICK (1928 – 1994), WIM WENDERS (1945) e PEDRO ALMODÓVAR (1951) apresentam os seus melhores trabalhos pós NOUVELLE VAGUE, em sítios tão diferentes como os Estados Unidos, a Alemanha e a Espanha. Para finalizar esta HISTÓRIA DA ARTE DO CINEMA importa referir o terceiro grande ACTOR, o inglês, JEREMY IRONS (1948) que mostrou, no grande ecrán, que a versatilidade de um actor pode ser sinónimo de qualidade e, as três grandes ACTRIZES da HISTÓRIA DA ARTE DO CINEMA, MERYL STREEP (EUA), ALEXANDRA LENCASTRE (PORTUGAL) e NICOLE KIDMAN (EUA). Os seus trabalhos na representação são excepcionais, muito rigorosos, muito bem preparados e muito bem executados.

avatar_kamy_martinsColuna – Kamy Martins

Kamy Martins, portuguesa, Lobito, Benguela, Angola, 1968. Graduada em Matemática com formação em Fotografia e Cinema na Univesidade de Coimbra (PT), Mestre em Lingua Inglesa pela universidade de Cambridge (UK), jornalista e Crítica de Cinema, escreveu para o Jornal “IMPROP” da Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, entre outros. Publicou em 2016 o livro de fotografia intitulado “Cascais Pela Lente de Kamy” onde apresenta um pouco do seu trabalho como fotógrafa e artista.